sexta-feira, 7 de abril de 2017

BE HAPPY NO PANROTAS

EVENTOS

Casamentos fora do País são tendência; entenda este mercado





Segundo dados da Associação Brasileira de Eventos Sociais (Abrafesta), o mercado de festas movimenta cerca de R$ 17 bilhões por ano. Os gastos apresentam um crescimento anual médio de 10,4%. O setor de casamentos, por exemplo, mesmo nos últimos dois anos de crise, não sofreu impactos. Ainda há muita gente se casando.

O que aconteceu neste segmento foi uma mudança de comportamento. Antigamente, casamentos espetáculos, com muitos convidados, shows e muitos serviços envolvidos eram comuns. Agora, eventos mais intimistas – os chamados mini weddings – estão na moda. “A crise não foi o fator decisivo, mas trouxe essa nova realidade e as pessoas estão gostando de fazer casamentos menores, com mais significado”, conta a sócia-proprietária da Be Happy Viagens, Jacqueline Mikahil.

Com casamentos menores, muitos casais passaram a investir mais na lua-de-mel. Nos últimos três anos foi possível perceber que houve aumento nos dias de passeio e criação de roteiros mais extensos. “O investimento que seria para a festa, agora está indo para as viagens”, comenta Jacqueline.

De acordo com a wedding planner da Welcome Trips, Diana Parigot, uma tendência cada vez mais em alta são os casamentos de destino. “Estamos tendo muita procura por este tipo de evento. Como casar no País está caro, muitos casais preferem fazer uma cerimônia mais íntima, mas em outro local, como o Caribe, por exemplo”. Além de ser mais barato, alguns protocolos, como convidar familiares distantes, podem ser quebrados.

Praticar essa moda no Brasil, por enquanto, não vale muito a pena. “A procura é grande, mas os hotéis ainda são lentos para atender essa demanda. No Exterior, os locais já possuem pacotes fechados para casamentos, já indicando o investimento real, aqui ainda não”, explica. A noiva que opta por casar fora é prática, quer saber quanto vai gastar e deixa detalhes, como flores e sabor do bolo, para depois. O que importa, em primeiro lugar, é o custo do evento.

BE HAPPY NO BLOG SALA VIP - ESTADÃO

A VOLTA DO AGENTE DE VIAGENS
Mari Campos
31 Março 2017 | 08h28

Crédito: imagem divulgação Four Seasons Serengeti
Passagens emitidas e hotéis reservados em poucos minutos, em poucos cliques. Depois de tantos anos presos a roteiros pre-estabelecidos e engessados, nada mais natural que adotássemos como regra salvadora da pátria a liberdade de reservarmos nós mesmos nossas viagens através de plataformas online. A popularização da internet rápida nas casas e celulares, o amplo acesso a informações sobre hotéis, companhias aéreas e destinos e a facilidade de reservarmos nós mesmos nossa viagem afastou parte significativa dos viajantes das agências de viagens na última década.

Entretanto, desde o ano passado as coisas começam a mudar em ritmo igualmente acelerado neste cenário: estamos vivendo hoje (no Brasil e em boa parte do mundo) o processo inverso, com cada vez mais viajantes voltando a reservar suas viagens com suas agencias de confiança, mesmo que apenas para viagens mais específicas – ou especiais – para que sejam customizadas em cada detalhe.

Em primeiro lugar, enganou-se redondamente quem acreditava que os agentes de viagem estivessem em extinção: o universo de viagens, sobretudo no mercado de luxo, continua com espaço e demanda para agentes, travel planners e consultores – inclusive novos, que são recrutados anualmente por algumas associações.  E isso se aplica até para os millennials, que estão valorizando serviços muito mais do que se imaginava e se tornando cada vez mais “heavy users” das agencias de viagem.

Para se ter uma ideia do tamanho e do potencial deste mercado, a Virtuoso (principal rede internacional de agências de viagem especializadas em turismo de luxo) sozinha tem aumentado o número de agências membros nos últimos anos. Seus travel specialists fazem parte de uma rede que movimenta mais de 21 bilhões de dólares por ano, com top sellers que chegam a ganhar mais de cem mil dólares anuais. “Nós acreditamos que luxo não é mais sinônimo de ostentação, de ver e ser visto, mas sim de ter experiências transformadoras customizadas. O tempo livre do cliente é seu recurso mais valioso e não é renovável, caso seja perdido. A conexão humana é algo que não pode ser substituído por uma plataforma online – ter alguém para quem se possa ligar ou chamar pelo WhatsApp para tirar sua duvida durante a viagem é parte deste novo luxo”, diz Robbert Van Rijsbergen, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Virtuoso na América Latina.

Tomas Perez, presidente da Teresa Perez Tours (referência no mercado do turismo de experiência e de viagens de luxo), concorda: “É ótimo que o conhecimento tenha ficado muito mais acessível a todos e dado um maior poder de escolha. Mas, ao mesmo tempo em que a internet facilita, por exemplo, a reserva de um hotel, ela envolve o viajante em um mar de informações que muitas vezes torna difícil a seleção e a montagem de um roteiro. A tecnologia sempre deve ser aliada, mas as pessoas já sentem a falta do contato humano nessa era de hiperconectividade. A curadoria de um agente proporciona experiências personalizadas”.  A customização dos roteiros e experiências de viagem de acordo com o perfil de cada viajante é um dos principais fatores responsáveis por esse revival do setor – afinal, nem sempre a viagem que seu amigo ou conhecido fez tem a sua cara, o seu jeito, o seu gosto.

Porque reservar voos e hotéis em poucos cliques é fácil mas, em plena era do tempo ultra escasso e do excesso de informações, ter alguém com conhecimento de causa que saiba filtra-las, organiza-las e cuidar das burocracias pode fazer toda a diferença – sobretudo em viagens mais ˜especiais˜, como lua-de-mel. “Os clientes se sentem confusos diante de tantos estímulos e a lua de mel é uma viagem única na vida de um casal. Há um investimento muito alto nos preparativos do casamento e o casal não quer correr nenhum tipo de risco. A consultoria e a expertise, desde a escolha do destino até a elaboração de um roteiro customizado, com assistência local durante toda a viagem e mimos especiais, contam muitos pontos”, diz Jacque Dallal, CEO da Be Happy Viagens, especializada em roteiros de lua-de-mel.

Por mais experiência que a gente tenha em viajar, por mais que gostemos de ler sobre os destinos visitados e por mais gostosa que seja mesmo a fase do planejamento de uma viagem (eu adoro!), tem horas que o tempo é escasso demais, que a paciência é pouca ou em que simplesmente é preciso reconhecer a habilidade de quem entende mais que a gente do negócio – e delegar.  “Um agente vai desenhar o roteiro de acordo com os interesses do cliente. Em contato direto com os hotéis, é mais fácil conseguir amenidades que os sites de reservas não conseguem. Sem falar na garantia de que em qualquer incidente o agente estará à disposição”, completa Tomas Perez.

Voltei a engrossar este caldo nos últimos anos e boa parte dos meus amigos também. Nada contra reservar sozinho, pelo contrário; principalmente quando estamos bem familiarizados com um destino. Ainda faço bastante isso e realmente não acho que vamos deixar esse comportamento definitivamente de lado no futuro. Mas do mesmo jeitinho que me viro muito bem na cozinha e às vezes quero comer a comida preparada por um bom chef, há vezes em que peço socorro à agência porque sei que eles serão mais capazes que eu de garantir uma viagem bem redondinha, do jeito que eu quero e sem stress – sobretudo quando se trata de viajar a destinos que ainda não conheço e cujos macetes locais não domino. E posso dizer com segurança que vem dando bem certo.